O que acontece quando não se usa um bom tênis para corrida…
Quando iniciei meus treinos, utilizava o meu simples “Reebok”, não corria tanto como hoje e minhas distâncias eram bem pequenas. Com apenas três meses de uso, o tênis começou a se desmanchar, conforme foto abaixo.

Meu primeiro tênis quando comecei a correr.

Deformaçôes causadas em tênis não apropriado.
Reparem que as pontas da sola simplesmente foram arrancadas com o impacto do meu peso, que não era pouco na ocasião, “99kg”, pesado né? Mesmo assim, corria com ele e não sentia dores específicas além das normais, já que eu estava iniciando meu condicionamento.
Depois, então, resolvi comprar dois tênis: o primeiro um “Adidas”, para corrida de curtas distâncias e sem nenhum amortecimento – meu erro mais grave – e na mesma ocasião um “Olympicus”, super macio, mas muito pesado – meu segundo erro. Até então, achava que minha pisada era supinada, baseando-se nos desgaste dos outros tênis que tinha.
Não tenho fotos do meu tênis “Adidas” mais, mas foram apenas dois meses de uso e fiquei com dores extremamente localizadas e bem fortes. Parecida que meus joelhos e minha bacia tinham sido triturados. Com dores muito fortes, resolvi procurar um ortopedista especializado na região da bacia. Segundo o Dr. Edson Paiva, as dores foram ocasionadas pelo uso incorreto do calçado. Analisando minha pisada, ficou constatado que tenho pisada pronada, e não supinada. Sentia dores horrorosas na região da cabeça do fêmur depois das corridas. Resultado – muito gelo e antiinflamatório, e que não resolveram o meu problema. Fiquei observando o desgaste do tênis achando que saberia o meu tipo de pisada – terceiro erro. As dores vieram depois que comprei um tênis supinador, pois o tênis forçava a rotação da perna para lado oposto da bacia, forçando-a a girar, criando uma instabilidade e um desgaste maior na cabeça do fêmur.

Desgaste nas laterais. Como se fossem supinador... errado!!
Reparem bem no tênis acima, cujo desgaste está excessivo na lateral de fora do calcanhar. Olhando por esse lado, percebe-se que a pisada originou-se de fora para dentro, ocasionando uma deformação no solado do tênis. Podemos perceber também que há um desgaste de arrasto no início da sola. Conclusão: tênis errado para correr, sola macia demais e muito pesado.
Resolvi então correr com outro “Nike Air” que tenho. Esse não era para corrida e sim para praticar tênis em quadra de saibro. Conclusão: não terminei nem o primeiro km.

Não dei conta de correr 1 km
Passando por essas dificuldades, resolvi comprar um “Mizuno Wave Sparck”. Boa estabilidade para pisada pronada, boa ventilação e com um leve amortecimento. Esse sim, resolveu meus problemas de dores na bacia. Podemos observar na foto abaixo o desgaste natural do tênis de um corredor pronador. O desgaste já começa no calcanhar na parte de dentro da sola, continuando até o início do tênis.

Desgaste na parte interna do solado. Pisada de um Pronador.

Tênis correto para mim.
Quebrando um paradigma, resolvi experimentar uma marca pouco usada no meio, o tênis “ New Balance” ! Com as características muito parecidas com o da “Mizuno”, o tênis “N” me surpreendeu quanto ao requisito amortecimento, principalmente por se tratar de um tênis para pronador. Normalmente esse tipo pisada, leva-se em consideração a estabilidade e rigidez, mais do que o amortecimento. Até o momento é um dos melhores que eu já tive. O modelo adquirido é o da linha 700.

Parte interna do tênis preparada para pronação.
Outra informação importante também é o tamanho do calçado. O ideal é que sobre uma folga na ponta conforme a foto mostra, devendo ficar firme no calcanhar e ter um bom cadarço. Nas provas de longas distâncias, os corredores mais experientes utilizam vaselina na sola do pé. A substância forma uma película protetora, diminuindo o atrito, e o mais utilizado entre os corredores é o “KY Gel”.

Folga correta

Pisadas

Falta de lubrificação e tamanho incorreto.